domingo, abril 20, 2014

"Foi o pior cenário possível", diz advogado da Portuguesa

A Portuguesa ignorou até uma orientação de seu departamento jurídico e tentou uma solução de conciliação para a primeira rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Ainda assim, o desfecho foi caótico: a estreia da equipe na segunda divisão, contra o Joinville, foi interrompida por decisão judicial aos 17min do primeiro tempo.
 
"Foi o pior cenário possível. O que aconteceu decorreu da falta de sensibilidade e da prepotência da CBF. Ela soube da liminar no dia 10 de abril e foi informada na manhã de ontem [quinta-feira] que a Portuguesa tomou ciência. A Portuguesa não pediu para interromper a rodada ou refazer de última hora a tabela da Série A. Ela pediu o que qualquer entidade sensata faria: adiar o jogo", disse Daniel Neves, advogado do time do Canindé.
A celeuma que interrompeu o jogo desta sexta-feira foi motivada por uma punição referente à última rodada do Campeonato Brasileiro de 2013. A Portuguesa perdeu quatro pontos por ter escalado o meio-campista Heverton em empate sem gols com o Grêmio, e isso causou o rebaixamento da equipe para a segunda divisão.
O rebaixamento no tribunal deu início a uma disputa jurídica. Torcedores, entidades de classe, Ministério Público de São Paulo e até a Portuguesa acionaram a Justiça Comum para tentar cancelar a punição dada pelo STJD (Superior Tribunal de Justiça Desportiva).
No dia 10 de abril, a juíza Adaísa Bernardi Isaac Halpern, da 3ª Vara Cível do Foro Regional da Penha, em São Paulo, emitiu decisão liminar sobre ação movida pelo torcedor Renato de Britto Azevedo. No parecer, ela determinou a restituição dos pontos da Portuguesa.
A CBF chegou a pedir reconsideração, mas a juíza negou. Por isso, a Portuguesa enviou uma mensagem à entidade na quinta-feira e pediu o adiamento do jogo contra o Joinville. A instituição que comanda o futebol nacional não respondeu.
"Juridicamente, dado o fato de o jogo ter sido encerrado aos 17min do primeiro tempo, houve uma tentativa, mas o jogo não acabou. A Portuguesa não pode ser punida por isso. Na esfera esportiva, a CBF pode falar em WO, mas isso seria absurdo. Mas deles você pode esperar qualquer coisa", ponderou Neves.
O advogado emitiu um parecer na última quinta-feira e sugeriu que a Portuguesa não entrasse em campo nesta sexta. Essa opinião foi ignorada pelo presidente do clube, Ilídio Lico, e levou o vice-presidente jurídico Orlando Cordeiro de Barros a pedir demissão.
 
"Nosso parecer jurídico foi dizer que ele era obrigado a não jogar. Não era uma opção. Decisão judicial é uma imposição, mas politicamente eles resolveram não cumprir. Não sei a razão porque eu nem estou em São Paulo", explicou o advogado da Portuguesa.
A despeito da confusão desta sexta, Neves acredita que os jogos da primeira divisão vão transcorrer normalmente durante o fim de semana.
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Os jogos vão acontecer normalmente. O que tem de ficar claro é que jogos são anuláveis. Não anularam um monte por causa do Edilson [Pereira de Carvalho]? Hoje a Portuguesa está na Série A. Se revogarem daqui a um mês e conseguirmos outra, voltaremos à primeira divisão. Aí os jogos realizados serão anulados", finalizou Neves.

2 comentários:

  1. Da forma com que foi conduzido....somente a Portuguesa será prejudicada.......tendo ou não razão.

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    1. Pode ser! Mas, a forma que o nosso excelentíssimo presidente conduziu o processo foi simplesmente desastrosa! Uma vergonha para todos torcedores da Lusa!

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