sexta-feira, fevereiro 06, 2015

Empresário português promete quitar dívidas da Lusa e ter melhor categoria de base do Brasil

Fonte Lusa News - Felipe Higino
http://lusanews.com.br/2015/02/06/empresario-portugues-promete-quitar-dividas-da-lusa-e-ter-melhor-categoria-de-base-do-brasil/


Não é segredo algum que a Portuguesa vive sua pior fase financeira ao longo dos seus 94 anos de história. Os seguidos rebaixamentos e o grande escândalo do “Caso Héverton” acabaram com as receitas do clube. Sem patrocinadores ou cotas televisivas, a Rubro-Verde segue penando para se manter ativa no cenário nacional. A única solução para salvar o clube da falência é conseguir um parceiro para a Lusa.

Diversas empresas já foram especuladas, mas, até o momento, o presidente Ilídio Lico não encontrou aquele que seria o salvador da pátria do Canindé. Com inúmeras dívidas trabalhistas, o terreno localizado às margens do Rio Tietê já começa a sofrer especulações de um possível leilão para quitação dos débitos.
 
Nas últimas semanas, quem vem buscando conquistar a vaga para investir na Lusa é a empresa brasileira “LusoInvest”, gerida por um grupo português. Constituída em 2011, o grupo segue em negociação avançada com os dirigentes rubro-verdes. Liderada por Antônio Manuel Monteiro Pereira, a companhia de gestão de negócios já apresentou o contrato oficial ao clube e agora aguarda aprovação pelos poderes da Portuguesa.
 
Parcerias desse tipo costumam gerar dúvidas ao torcedor, principalmente após o fracasso com a CAPES, que investiria nas categorias de base.

Com o objetivo de esclarecer tudo sobre a possível parceria, o Portal Lusa News conversou com Antonio Manuel, o homem que promete ajudar a tirar a Lusa do fundo do poço.
 
Confira a entrevista:
 
LN: Quem é Antônio Manuel Monteiro Pereira?
AMMP: Sou jurista e atuo na área financeira. Trabalhei por seis anos em um grupo português (Sonae), onde consegui chegar à direção. Depois disso, trabalhei na Angola. A minha atividade é a internacionalização das empresas portuguesas no Brasil. Além disso, tenho um grupo familiar no ramo de hotelaria, laboratório farmacêutico e uma empresa dermocosmética.
 
LN: O que é a “LusoInvest”?
AMMP: É uma empresa de gestão de negócios, fundada em 2011. Já trabalhamos, inclusive, com alguns empresários de futebol, realizando transações de jogadores brasileiros para Portugal. Luis Fabiano, Roger (ex-meia) e Anderson (volante) foram alguns desses. Não somos uma empresa multinacional. Também quero deixar claro que não somos investidores. Temos um conjunto de empresas em outros ramos e que têm interesse em investir.
 
LN: O que você pretende fazer na Portuguesa?
AMMP: Nosso primeiro objetivo é fazer uma auditoria dentro do clube, no qual os custos seriam pagos por uma de nossas empresas. Queremos somar ao clube. No contrato prometemos que, mensalmente, prestaremos contas aos sócios. Eles terão acessos ao que foi gasto, pago e investido. Nosso modelo de negócio é fazer uma co-gestão com as pessoas competentes da Portuguesa. Sabemos que atualmente a Lusa possui dez processos na fazenda, um no MP, no valor de R$ 10 milhões, e 124 processos trabalhistas. A dívida é grande, porém, existem investidores que demonstram interesse com uma gestão profissional. Já temos investidores para construir um CT, inclusive.
 
LN: E quais são essas empresas investidoras?
AMMP: Ainda não posso falar, mas foram apresentados hoje (quinta-feira) à Lusa e logo apresentação suas cartas de intenção e valores. Mostramos também nossas obrigações, direitos e o que propomos a fazer. Tudo já está em contrato. Agora vamos aguardar passar pela aprovação dos poderes do clube.
 
LN: Por que escolheu a Lusa?
AMMP: A Portuguesa é um clube com 94 anos de história e, se conseguir quitar as suas dívidas, será um grande negócio em questão de marketing, eventos esportivos e até imobiliários. São 100 mil metros quadrados na Marginal Tietê. É um negócio que, no futuro, renderá frutos para as duas partes.

 
LN: A penhora do Canindé te assusta?
AMMP: Sim, claro, mas acredito que podemos solucionar. É uma das nossas primeiras metas, porque se não tirarmos o penhor, os investidores não mostram interesse. Meu objetivo inicial será renegociar as dívidas.
 
LN: E a partir de agora?
AMMP: Apresentamos o contrato e os dirigentes já chegaram a um acordo conosco. Agora precisa ser aprovado em Assembléia Geral para os sócios também se pronunciarem.
 
LN: A “LusoInvest” só aceita fazer essa parceria com Ilídio Lico?
AMMP: Nossa empresa não está com nenhum dirigente, seja com o Ilídio ou qualquer outro. Pode mudar o presidente, não me importo, desde que estejamos todos unidos. A “LusoInvest” quer caminhar junto com a Portuguesa.
 
LN: Quais os objetivos da “LusoInvest para o futebol da Portuguesa?
AMMP: Primeiro é não ser rebaixado. Nossa responsabilidade é ajudar a trazer investidores para ajudar a pagar os salários e controlar as dívidas. Temos conosco algumas empresas da área do futebol e o nosso objetivo é fazer uma equipe competitiva. Queremos recolocar a Lusa na Série A em três anos, pois só desta forma ela será rentável a nível desportivo. Temos a opinião de que o futebol precisa ser alimentado por uma categoria de base forte, com um centro de treinamento adequado, alojamentos e escolinhas. Não prometemos o título da primeira divisão, mas podemos prometer que a Portuguesa será o clube que melhor gere as suas categorias de base.

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