Era uma caixinha retangular de papelão, não me lembro a marca. Os onze de acrílico tinham tamanhos diferentes, zagueiros maiores, atacantes menores. Eram verdes, e colei com atenção cada escudo. Pronto. Estava escalada a Portuguesa, meu primeiro time de jogo de botão.
Tenho simpatia pela Lusa desde então. Sei que esse negócio de ter simpatia por um time incomoda quem torce por ele, mas eu tenho meus sinceros motivos. Em 1996, torci muito pela Portuguesa (eu e muita gente). Contra o Cruzeiro, contra o Atlético-MG e, finalmente, contra o Grêmio.
Também em 1985, na final do Paulistão (que era “ão” naqueles tempos), contra o São Paulo. Fiquei puto em 1998, no infame episódio Castrilli. Em 1994, fiquei paralisado quando me disseram, antes de uma aula de educação física, que o Dener tinha morrido.
A Portuguesa nunca foi um time de muitos títulos, mas isso não importa ao torcedor. O amor é maior que as taças. E isso ajuda a valorizar cada uma delas, como a da Série B de 2011, ano da Barcelusa.
Mas a Portuguesa, que já não tem lá muita força nos estranhos corredores do futebol, nunca se ajudou. Seus cartolas nunca foram brilhantes. Aliás, nunca foram sequer razoáveis. E os poderosos do futebol nunca tiveram pudor em passar-lhe a mão na bunda. Alguém duvidava que a Lusa jogaria a Série B em 2014 quando o tribunalzão decidiu pela punição? Obviamente jogaria. E desta vez não tem Barcelusa, a Portuguesa é penúltima após oito rodadas e luta pra não conhecer a Série C.
A Portuguesa caiu por amadorismo e incompetência de quem a dirige. E é assim hoje, era assim ano passado, provavelmente é assim desde 1920, o ano em que foi fundada.
Não são poucos os problemas. E eles não são pequenos. Mas aí aparece um gênio e pensa que a solução para estes problemas é aumentar a torcida. E, para aumentar a torcida é preciso mudar de nome. Ou pelo menos acrescentar outro nome ao conhecido Associação Portuguesa de Desportos.
Quem manda na Portuguesa expõe o clube ao ridículo. Faz com que um time querido seja motivo de piada. Porque esta será mais uma. O time em crise, rebaixado na Justiça esportiva por um erro da direção, ameaçado de queda para a terceira divisão e o plano é mudar de nome. O nome não é um problema.
Ser um clube da colônia portuguesa também não. A Portuguesa precisa se salvar de seus dirigentes para salvar a si mesma.
A unica salvação da Lusa é virar clube empresa... assim essa velharada que usa o clube como simbolo de status na colonia sai de lá ... caso contrário vai fechar as portas ... eu fui muito fiel a lusa em 30 anos, fui em mais de 80% dos jogos no Canindé, mas essa história mal explicada em 2013 foi a gota d'água ... só volto no Canindé se um dia esses velhos saírem de lá ...
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