segunda-feira, novembro 17, 2014

Antonio Quintal -- Onde você está?

Tenho saudade de tanta coisa.
 
Do teu crescimento.
 
De te ver construindo estádios, inaugurando piscinas, ginásios, saunas, parques, de chegar aos 100 mil sócios, etc.etc.
 
Da festa pelos refletores do velho estádio onde a Lusa venceu o Palmeiras por 2 a 1 com dois gols de Servílio. Jogo que teve Maria Ester Bueno, maior tenista brasileira, dando o pontapé inicial.
 
Da famosa Ilha da Madeira, onde a cada escanteio cobrado pelo nosso ataque os torcedores lusos batiam os pés nas arquibancadas e provocavam um forte barulho.
 
Dos times de aspirantes da Portuguesa, promessas como Jair da Costa, Didi, Servílio, Melão e outros que se tornaram realidade.
 
De ver Alfeu marcando três gols na goleada de 6 a 3 sobre o Palmeiras no Rio-São Paulo de 1959, outros três contra a Ponte Preta ( 6 a 2), mais três nos 4 a 0 diante do São Paulo no Pacaembu.
 
De assistir a Lusa no Pacaembu, enfrentando e vencendo o temido Nacional do Uruguai ( 3 a 2), o forte Newell’s Old Boys ( 2 a 1) e o arrasador Boca Juniors, grande jogo que os argentinos venceram nos últimos minutos por 4 a 3.
 
Da tarde inesquecível do desconhecido e surpreendente atacante Mendes que ousou marcar os três gols lusos nos 3 a 0 sobre o Corinthians dentro do Parque São Jorge pelo Campeonato Paulista de 1962. Mendes calou a “fiel”.
 
Do tempo que a Portuguesa contratava craques do Grêmio RS , Internacional, Atlético MG, Flamengo, Botafogo, Fluminense, Coritiba,Vasco, e outros. Nena, Jair Marinho, Odorico, Raul Klein, Gessy, Sergio Lopes, Alcindo, Bolivar, Alves, Duílio, Dida, Ipojucã, Cacá, Edilson, Neivaldo, Pampolini, Mendonça, Henrique Frade, Roberto Dinamite, e outros.
 
Do artilheiro Kita marcando os três gols da Lusa na expressiva vitória por 3 a 0 contra o Atlético MG dentro do Mineirão pelo Brasileirão de 1988.
 
Da charanga lusa, da bandinha tocando instrumentos de sopro, do batuque que animavam a torcida rubro-verde.
 
Do medo que corintianos, tricolores, palmeirenses, santistas tinham da Portuguesa, sempre considerada o terror dos clássicos.
 
De ver nossos estádios, Ilha da Madeira e OTD, tomados pelas emissoras de rádio e TV que faziam suas transmissões.
 
Das filas para a aquisição de ingressos em nossas bilheterias.
 
De nossos maiores craques, Djalma Santos, Servílio, Ivair, Denner, Marinho Perez, Luís Pereira, Zé Roberto, Capitão, Badeco, Enéas, etc.etc.
 
Das convocações da Seleção Brasileira para ver qual ou quais os jogadores lusos convocados.
 
Até dos roubos, das castrilladas, dos esquemas de arbitragem utilizados para neutralizarem nossa força dentro de campo. Tempos que nossas equipes brigavam por decisões.
 
Do respeito que as outras torcidas tinham pela Portuguesa.
 
Das excursões que o clube fazia pelo mundo e voltava sem derrota.
 
Das coincidências, das curiosidades do futebol. Na vitória de 6 a 2 sobre o América dois gols de Jair da Costa, dois de Servílio e dois de Silvio. Dos 4 a 1 sobre o Palmeiras, dois de Servílio e dois de Nilson. Dos 4 a 3 diante do Santos em plena Vila Belmiro, dois de Servílio e dois do Silvio.
 
De observar as alamedas do Canindé tomadas por associados e simpatizantes que movimentavam e davam vida ao clube.
 
Das manchetes dos jornais esportivos enaltecendo vitórias, goleadas e performances da Portuguesa.
 
Do assédio de outros clubes sobre nossos jogadores, épocas que tínhamos craques.
 
De acompanhar nossos Presidentes e Dirigentes participando da programação esportiva das emissoras de rádio e TV.
 
Das grandes transferências internacionais envolvendo craques lusos. Prova maior da qualidade dos nossos elencos.
 
Dos dirigentes que contrataram grandes jogadores e ídolos ( Biro-Biro, Roberto Dinamite, Dida, Henrique Frade, Zenon, Juary, Aravena, Maurício, Luis Pereira, e outros).
 
De ver competentes técnicos dirigindo nossas equipes ( Osvaldo Brandão, Mário Travaglini, Aymoré Moreira, Emerson Leão, Candinho, Antonio Lopes, Otto Glória, Zagallo e outros).
 
Das goleadas protagonizadas no palco do Pacaembu, 7 a 3 no Corinthians, 8 a 0 no Santos, 7 a 0 no Corinthians, 7 a 2 no São Paulo e outras.
 
De presenciar Servílio marcando três gols contra o poderoso Flamengo no Maracanã na vitória por 3 a 0. Fazendo seis gols na goleada de 9 a 3 contra a Portuguesa Santista em pleno estádio Ulrico Mursa onde sempre foi difícil vencer.
 
Do fortíssimo ataque formado por Jair, Silvio, Servilio, Ocimar e Nilson.
 
De Almir, Dida, Henrique e Ivair destruindo defesas adversárias.
 
Do futebol clássico e produtivo que jogavam Pampolini e Nair.
 
Da garra de Capitão, da liderança de Badeco, da qualidade de Djalma Santos, da humildade do Ditão, da regularidade do Juths, da genialidade de Denner, da grandeza de Julio Botelho, da categoria de Servílio, do toque refinado de Zé Roberto, do brilhantismo de Ivair, da enorme habilidade de Enéas, do fôlego do Simão, da raça do Ratinho, do futebol de Daniel Gonzalez, do talento de Leivinha, da versatilidade de Marinho Peres, dos dribles do Piau, do comando de Luis Pereira.
 
De ver desembarcar no Canindé artilheiros do nível de Roberto Dinamite, Kita, Cláudio Adão, Juary, Dida, Henrique, Bruno Mineiro, Gilberto, que justificaram suas contratações marcando gols.
De te ver chegando às finais, ainda que esporadicamente.
 
Da Barcelusa! Nossa ultima grande campanha.
 
De Rodolfo Rodrigues, Orlando, Félix, Cabeção, Everton, Sérgio, Weverton, Dida, verdadeiros paredões que defenderam a meta rubro-verde.
 
Da transparência, do arrojo, da criatividade, da credibilidade do Presidente Oswaldo Teixeira Duarte.
 
Da verdadeira, da genuína, da autentica Portuguesa de Desportos.
 
Estou com saudade de você, onde você está?
 
Volte logo, muito triste viver sem você!
Um abraço e até a próxima,
 
Antonio Quintal
 

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